AO QUADRADO
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Existem momentos na trajetória da vida de uma artista em que ele se empenha no desenvolvimento de suas pesquisas estéticas, elaborando e sofisticando a sua linguagem; em outros, mergulhando corajosamente no desconhecido para experimentar novos desafios, em busca das descobertas.
É assim o início da trajetória profissional do artista plástico Alejandro Zenha. No começo, suas paisagens topográficas de expressões fortes, de linhas retas, de uma organização formal, entre formas semelhantes a circuitos tecnológicos e traçados rápidos. A cidade funde-se à tecnologia misturando planejamento estratégico com programação de sistemas, metrópole e tecnologia se encontram, se completam, conceituam-se uma a outra.
Agora, também suas paisagens topográficas de expressões fortes, com linhas principalmente curvas, numa visão realista e sensível, com características de uma
escola clássica francesa – a da art décor, muito presente no seu universo visual. É também o começo.
Através de suas obras – do seu fazer artístico – pretende levar ao espectador, de forma sutil, o conceito de urbanismo e tecnologia, despertando no público noção visual de harmonia e modernidade, desafiando a tecer um olhar diferenciado e contemporâneo de marcos históricos e modernos da cidade de Goiânia, que sofre de constante degradação pela própria população, não conhecendo o conceito e a importância do urbanismo, não tendo consciência exata da necessidade de se preservar a cidade, como forma de melhorar a qualidade de vida e consequentemente, valorização social do ser humano.
Não se trata apenas incluir a comunidade no conhecimento e valorização da cidade através da observação da arte. Por trás de cada obra apreende-se todo um conceito e uma teoria sempre
com a mesma finalidade: olhar, compreender e admirar a cidade, procurando sensibilizá-la, através desse processo de consciência urbana e cívica, culminando na exaltação do patrimônio urbanístico da cidade de Goiânia e conseqüentemente de outras cidades, com estas mesmas características.
A comunidade ganha conhecimento de forma plástica, sobre uma ciência cada vez mais crescente – o urbanismo – é uma oportunidade de rever as formas da cidade sobrepondo aos seus traçados os circuitos tecnológicos de uma era moderna e consciente. Ganha também um novo artista empenhado em intensas conquistas, que não aceita limitações estéticas, na procura de novas soluções para o seu fazer artístico.
Antônio da Mata
curador
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